Reili e Dubali, Cavaleiros da Luz de Oxan-by, Raio
de Olorum, foram dois cavaleiros mercenários que, ao se depararem com Jesus,
subindo em seu calvário, despertaram para o Amor, graças ao poder do olhar do Divino e Amado Mestre.
São os que representam a força da libertação dos
espíritos acrisolados no ódio, e se fazem presentes nos Julgamentos e Aramês.
Hoje, formam suas tropas - turnos - com os Jaguares
do Amanhecer para a realização de grandes fenômenos desobsessivos.
O médium, ao fazer sua opção por um dos dois turnos
- Reili e Sabarana; Dubale e Doragana, passa a receber a projeção dessa
poderosa força.
A opção do Mestre determina a de sua Ninfa, isto é, se o Mestre
escolher Reili, sua Ninfa será Sabarana; se escolher Dubale, a sua Ninfa será
Doragana.
A Ninfa que não tiver Mestre pode optar livremente
pela que sentir mais harmonia: Sabarana ou Doragana.
“Para que a criatura cumpra fielmente os desígnios desta
Doutrina, é indispensável que desenvolva os seus próprios princípios divinos. É
preciso que se sacrifique em favor de grande número de espíritos que se desviam
de Jesus. É preciso que esteja no luminoso caminho da fé, da caridade e da
virtude do Espírito da Verdade, e se dedique, principalmente, àqueles que
tombaram dos cumes sociais pelo abuso do poder, da autoridade, da fortuna e da
inteligência.
Eu
seria feliz se os visse na paz e na compreensão de Reili e Dubale, dois
terríveis e valentes mercenários que, à frente de dezenas de homens, se
digladiavam no ódio e no rancor, jurando que se matariam tão logo se
encontrassem.
Quis
a vontade de Deus que aqueles brutos que respeitavam o regulamento (que não
permitia que dois comandantes ou capitães se batessem à frente das tropas, pois
seria covardia se assim procedessem), no instante preciso subissem o Calvário,
sem olhar para trás, não sabendo um por onde o outro caminhava, sem um ver o
outro, pois subiam um por cada lado.
Os
dois novamente se confrontaram, porém sem notar um a presença do outro, pois
ambos estavam com a atenção voltada para um grupo de homens e mulheres que
choravam, enquanto outros riam... de Jesus!
Era
Jesus de Nazareth que subia o morro, carregando a Sua cruz.
Os
dois brutos estavam de olhos parados quando Jesus, descansando, com o olhar
amargurado, lançou-lhes um olhar cheio de ternura, como se lhes dissesse:Filhos, amai-vos uns aos outros!...
Dubale,
olhando para Reili, deixou cair a sua lança. Reili seguiu seu gesto. Os dois se
abraçaram, vendo que nenhuma dor poderia ser igual à de Jesus. Abraçados,
ouviram os chicotes dos soldados de César. Dubale, chegando bem pertinho de
Jesus, ofereceu-Lhe todo o seu exército para salvá-Lo. Reili fez a mesma
oferta. Jesus não quis, dizendo: O
meu Reino não é deste mundo!
Dubale
e Reili saíram dali com o coração cheio de dor. Porém, não esqueciam aquele
olhar de profundo amor e de esperança!
Aquele
olhar modificara totalmente o curso de suas vidas.
Saíram
dali e voltaram para junto de suas tropas. Os dois, sem dizer uma palavra, deram-se
as mãos. Dubale chegou à sua tropa e, como que por encanto, todos vieram ao seu
encontro, perguntando:
-
Viu Jesus de Nazaré?
-
Vimos!... Sentimos o Seu olhar!... Estamos cheios de esperança!
Nisso,
o grande exército de Reili foi chegando. Ninguém se moveu. Estavam todos
extasiados. Reili foi descendo e, num impulso, novamente se abraçou com Dubale.
Agora, estavam em frente às suas tropas. Para resumir, os dois se juntaram,
formando uma grande força.
Sim,
filho, é como te vejo, o teu impacto ao chegar nesta Doutrina!
Os
valentes não abandonaram suas tropas, não dispuseram de seus dependentes.
Juntos, continuaram no mesmo caminho. Sentiam-se como irmãos, porque Jesus, com
Seu olhar, lhes dissera tudo.
Até
Galba e Tanoro que, por se considerarem grandes inimigos, eram mantidos à
distância por seus chefes, ao se reverem se abraçaram na presença de Reili e
Dubale.
O
olhar de Jesus abençoara aquela tribo!
Todos,
emocionados, tiveram os olhos rasos de lágrimas, porque não ficou só ali a
graça de Jesus. Já seria suficiente que aqueles dois líderes tivessem em seus
corações e em suas mentes aquele olhar!...
Quarenta
dias se passaram sem que os dois fidalgos soubessem o paradeiro de Jesus de
Nazareth. Tinham medo de falar em seu Santo Nome. Tinham medo de falar e perder
aquele encanto, aquela luz de esperança, aquela alegria de viver, aquela
sublimação tão bela que haviam adquirido. Não perguntavam um ao outro o que
deveriam fazer.
Sabiam
o que era bom para eles: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS!
Ambos
viajavam, calados, quando Dubale quebrou a sintonia daquele silêncio:
-
Como se sente?
-
Bem! A esperança do mundo está dentro do meu coração. Sinto desejos pela minha
Sabarana!
Sorriam,
quando uma carruagem parou e um ancião, angustiado, lhes pediu:
-
Senhores! Pagamos tudo o que quiserem, mas vão salvar meu filho, minha nora e
meus netos, que estão presos nas garras do povo de Zairo. Vão tomar nossa
pequena dinastia e juntá-la ao povo dele.
Os
dois se entreolharam e partiram para a luta. Porém, foi diferente. Procuraram o
chefe e os três dialogaram. Fizeram um ataque. Ninguém morreu e os assaltantes
fugiram dali.
Reili
e Dubale repartiram seus honorários e continuaram em suas batalhas. Mas jamais
perderam o amor de Jesus!
Finalmente,
o desejo de Reili teve fim. Chegaram à mansão de sua linda Sabarana.
Porém,
quem veio recebê-los foi a bela Doragana:
-
Oh, meu querido cunhado! Vimos Jesus de Nazareth! Levamos Sabarana e Ele não a
curou!...
-
Onde está ela?” perguntou Dubale.
-
Aqui! - falou a linda Sabarana, chegando com dificuldades e abraçando Reili,
que estava com os olhos cheios de lágrimas, repetindo:
-
Vistes Jesus de Nazareth e Ele não te curou?
-
Sim. Ele me disse: pagarás ceitil por ceitil...
Dubale
colocou a mão sobre sua boca, não a deixando mais falar. Com firmeza, falou:
-
Jesus de Nazareth! Eu Te amo, porque enchestes de amor a minha vida... Devolve
a visão a esta mulher, que é a vida de meu irmão, e juntos pagaremos ceitil por
ceitil tudo o que devemos!...
Nisso,
apareceu uma luz radiante, e Sabarana voltou a enxergar.
Eis
porque Dubale fez aquela cura: Jesus de Nazareth modificara seu coração, de
verdade mesmo, pois não sentiu revolta contra Jesus. O seu amor e a sua
confiança eram tão grandes que não vacilou. Então, Jesus o ouviu e a curou.
Por
que não ser como Dubale e Reili? Sentir o seu amor e confiar, ter confiança.
Jesus
de Nazareth nada pede, nada exige. Nada pediu ou exigiu daqueles dois brutos e,
no entanto, eles O sentiram tanto, tão profundamente, a ponto de curar
Sabarana.
Dubale
se apaixonou pela bela Doragana. Porém, continuaram sua jornada.
Sim,
filho, é preciso muita confiança em Cristo Jesus.
Sem
nada oferecer a ti mesmo, receberás a Luz do Santo Evangelho!
Lembra-te,
filho: o grande ciclo vai-se fechar. Horas chegarão da tua individualidade.
Continue amando em teus encontros sinceros. Viva os teus desejos, as tuas
paixões, porém em uma só filosofia: ser honesto contigo mesmo!
Farás,
filho, tudo o que quiseres na força da cura desobsessiva. Salve Deus, filho!
Quantas vezes pensei em te ver na figura de Reili e Dubale! Porém, minha
esperança não morre...
Quantas
vezes morro, aos pouquinhos, ouvindo um filho dizer:
-
Vou deixar a Corrente. Minha vida está muito mal. Vou deixar a Corrente!
Trabalho, trabalho, e não tenho coisa alguma!
Eu
sofro ao ver tanta incompreensão. Deixam milhares de sofredores esperando - as
suas vítimas do passado - e não esperam nem mesmo a bênção de Deus para serem
felizes! No primeiro impacto, deixam de acreditar até mesmo em sua
individualidade, sem dar tempo para receberem as pérolas dos anjos e dos santos
espíritos, que são a recompensa do trabalhador.
Cuidado,
filho. Siga o exemplo de Reili e Dubale!” (Tia Neiva, 21.11.81)
Fonte: Observações Tumarã
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