Mesmo
estando unidos sob a égide de uma mesma Doutrina com os princípios
fundamentados em Amor, Humildade e Tolerância, sempre aparecerão pontos de
discordância em relação a interpretações e pontos de vista.
Temos
personalidades próprias e, como todos devem saber, ainda em constante evolução.
É muito difícil formar uma mesma ótica sob todos os aspectos, mesmo que
exclusivamente doutrinários.
Nesta
convicção de Individualidades distintas e personalidades ainda mais, vemos o
quanto é bela a Sabedoria Divina que nos permite interagir e sempre ter o quê
aprender com cada um que passa a fazer parte de nosso convívio.
Mantendo
esta linha de raciocínio fica patente que mesmo fazendo parte de uma “tribo”,
ou seja, de um grupo de espíritos afins, e mesmo que este grupo seja Crístico,
regido pelos três conceitos supracitados, sempre poderá haver discordâncias em
relação às diversas observações sobre temas doutrinários - comparações, ideias,
interpretações e pensamentos.
Na
família, no trabalho material, em todos os aspectos de nossa vida é assim, e
não é exclusividade de nossa Doutrina, basta observar qualquer religião e suas
diversas correntes internas ou mesmo dissidências formadas.
Nossa
Doutrina não é, em absoluto, dogmática! É dinâmica e sempre está evoluindo.
Creio por isso a insistência do Trino Tumuchy em sempre negar que a Doutrina do
Amanhecer fosse uma religião. Dizia ser uma ciência espiritual. Somos
cientistas e médicos do espírito! E como cientistas e médicos não podemos ficar
estagnados. Estamos sempre aprendendo, reciclando, reavaliando pontos de vista
e evoluindo nosso nível de aculturamento e conhecimento efetivo.
Todo
o acervo deixado pela Clarividente está disponível para quem deseje se
aprofundar e evoluir em nível de conhecimento. Ao mesmo tempo as simples
técnicas aprendidas durante o Desenvolvimento podem nos manter no trabalho,
semeando o bem e praticando a caridade, mesmo que nunca cheguemos a ler uma
única carta de Tia Neiva.
Este
é um ponto de grande diferenciação de nossa Doutrina perante outras correntes
espíritas ou espiritualistas. Nas outras o estudo é exigido para permitir o
avanço e compreensão. No Vale do amanhecer é opcional. Do mais simples
trabalhador braçal ao mais culto catedrático, todos terão as mesmas
possibilidades de crescer dentro da Doutrina e pelo merecimento dos trabalhos
realizados.
Permanece
o conhecimento disponível... Para quem queira ou para quem necessite de “mais”
para poder seguir em frente.
Já
ouvi a infeliz frase de que “quem tem o conhecimento tem o poder”... Por isso
muitos líderes envolvem-se com terríveis energias, colocando a perder a
oportunidade que possuem, ao querer ser “poderosos”.
O
conhecimento está para ser difundido, explicado, ampliado! Não importa se toda
a plateia é capaz de compreender, e normalmente a maioria não é! Mas nem por
isso deve ser guardado a sete chaves e imposto como uma prerrogativa “dos
especiais”.
Mais
do que isso... Quem é que é dono da verdade?
Quem tem suas interpretações isentas de erros?
Cada
Individualidade tem com que contribuir e precisa ser despertada para que o
conhecimento não se restrinja às cartas deixadas, seja acrescentado pela
herança transcendental de cada um que agrega mais um valor, mais uma
informação, mais uma ótica dentro do momento atual.
As divergências que falei no início, quando observadas dentro do equilíbrio espiritual, são fatores de esclarecimento e evolução.
Ao mesmo passo, quando colocadas como fator de ruptura, ou de desunião, tornam-se inúteis disputas sem fundamentos na infantilidade da alma.
Nossas
bases doutrinárias devem ser preservadas. Isso é inquestionável!!! Mas que esta
preservação não seja manchada pelos orgulhosos e “sabetudos” colecionadores de
acervo que decoram palavras e não absorvem o real conteúdo. Arrogando-se de
donos da verdade, maculando com palavras ferinas, cuidadosamente e ironicamente
direcionadas aos antagonistas, sem qualquer amor em suas apresentações.
Cada
um de nós é senhor do próprio destino e livre para expressar-se. O
livre-arbítrio nos encaminha ou nos condena, dentro de nossas próprias
decisões. Nossa opinião sempre pode ser manifestada, mas sempre deverá ser encarada
como “nossa opinião”, jamais como verdade absoluta!
Ninguém
é dono da verdade ou “senhor do Acervo”! Sempre haverá o quê aprender. Ninguém
é tão pobre que nada tenha a oferecer e nem tão rico que nada tenha a receber.
fonte: exílio do jaguar
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