Os Que Dizem
“Senhor, Senhor!”
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas
sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse entrará no Reino
dos Céus. Muitos me dirão, naquele dia: Senhor, Senhor, não é assim que
profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu nome
obramos muitos prodígios? E eu então lhes direi, em voz bem inteligível: Pois
eu nunca vos conheci; apartai-vos de mim, os que obrais a iniquidade. (Mateus,
VII: 21-23).
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as observa, será
comparado ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha. E veio a
chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela
casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. E todo o que ouve
estas minhas palavras, e não as observa, será comparado ao homem insensato, que
edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e
assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua
ruína. (Mateus, VII: 24-27 e semelhante em Lucas, VI: 46-49).
Aquele, pois, que quebrar um destes mínimos mandamentos, e que assim
ensinar aos homens, será chamado mui pequeno no Reino dos Céus; mas o que os
guardar, e ensinar a guardá-los, esse será reputado grande no Reino dos Céus.
(Mateus, V: 19).
Todos os que
confessam a missão de Jesus, dizem: Senhor, Senhor! Mas de que vale chamá-lo
Mestre ou Senhor, quando não se seguem os seus preceitos? São cristãos esses
que o honram através de atos exteriores de devoção, e ao mesmo tempo sacrificam
no altar do egoísmo, do orgulho, da cupidez e de todas as suas paixões? São
seus discípulos esses que passam os dias a rezar, e não se tornam melhores, nem
mais caridosos, nem mais indulgentes para com os seus semelhantes? Não, porque,
à semelhança dos fariseus, têm a prece nos lábios e não no coração. Servindo-se
apenas das formas, podem impor-se aos homens, mas não a Deus. É em vão que
dirão a Jesus: “Senhor, nós profetizamos, ou seja, ensinamos em vosso nome;
expulsamos os demônios em vosso nome; comemos e bebemos convosco!” Ele lhes
responderá: “Não sei quem sois. Retirai-vos de mim, vós que cometeis iniquidade,
que desmentis as vossas palavras pelas ações, que caluniais o próximo, que
espoliais as viúvas e cometeis adultério! Retirai-vos de mim, vós, cujo coração
destila ódio e fel, vós que derramais o sangue de vossos irmãos em meu nome,
que fazeis correrem as lágrimas em vez de secá-las! Para vós, haverá choro e
ranger de dentes, pois o Reino de Deus é para os que são mansos, humildes e
caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade de
vossas palavras e de vossas genuflexões. A única via que está aberta, para
alcançardes a graça em sua presença, é a da prática sincera da lei do amor e da
caridade.”
As palavras de
Jesus são eternas, porque são as verdades. Não são somente as salvaguardas da
vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranquilidade e da estabilidade do
homem entre as coisas da vida terrena. Eis porque todas as instruções humanas,
políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nas suas palavras, serão
estáveis como a casa construída sobre a pedra. Os homens as conservarão, porque
nelas encontrarão a sua felicidade. Mas aquelas que se apoiarem na sua
violação, serão como a casa construída sobre a areia: o vento das revoluções e
o rio do progresso as levarão de roldão.
fonte: evangelho segundo espiritismo
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