Sombra
é qualquer espaço onde a luz não penetra, e, sob a visão espiritual, designa os
planos onde, pelas baixas vibrações de ódios, rancores, sentimentos de vingança
e apego à matéria, espíritos desencarnados sofrem suas incompreensões.
Mas
recebeu a denominação de sombra, em Psicologia, o conjunto de aspectos obscuros
ou desfavoráveis do indivíduo que, na estruturação de sua personalidade, ficam
relegados a um segundo plano, representando as tendências débeis e menos
adaptadas do “eu”, sufocadas pela necessidade de a pessoa se harmonizar com seu
ambiente de vida e com suas obrigações psicológicas e sociais.
O
ser humano, por força de sua personalidade, vai, desde tenra idade, colocando
uma máscara para esconder suas emoções e seus sentimentos negativos - inveja, falsidade,
raiva, vergonha, ressentimentos, cobiça, etc., a fim de satisfazer a
necessidade de, da melhor forma possível, parecer ser ajustado e agradável,
polido e generoso, àqueles que o cercam.
Assim,
desde criança começa o Homem a criar sua sombra, seu lado negativo oculto, por
sua escala de valores, pela qual determina o que pode e o que não pode exprimir
ou liberar. Esta seleção vai determinar o poder oculto do lado negativo, onde
colocamos nossas experiências infantis, nossas ocorrências sentimentais, apegos
emocionais, rejeições, talentos e dons não desenvolvidos.
Hermínio
C. Miranda, em sua obra “Diálogo com as Sombras”, nos diz:
“Se nos deixamos dominar pelas sombras que
trazemos no íntimo, paramos no tempo, enquanto se aprofundam em nós as raízes
do desequilíbrio, no terreno fértil das paixões que julgamos tragicamente indomáveis,
quando, não, simplesmente indomadas. É preciso saber que cabe a nós – e a
ninguém mais – domá-las; mas, enquanto nos apraz o erro, todo o nosso esforço é
posto na tarefa inglória de manter soltas as paixões, e presas as recordações”.
É
surpreendente o conjunto de ações, de mensagens, que as crianças recebem desde
cedo, e que contribuem para ampliar a sua sombra:
a)
NEGATIVAS: Embora existam momentos
em que é necessário dizer um NÃO, o exagero de usar em demasia essa negativa
provoca um sentimento de vergonha na criança, que entende que ela é ruim,
errada, que pouco ou nada vale, atingindo sua autoestima;
b)
DEVERES: quando severos e vigiados,
não permitem que a criança desenvolva sua capacidade discriminatória,
tornando-a vacilante em suas escolhas. Para os adultos, cerceiam sua liberdade
de pensamento e de agir, e conduzem a situações de stress e falta de confiança;
c)
ERROS: muitos ficam prejudicados em
sua formação ao ouvirem, constantemente, "o que há com você?" ou
"o que há de errado com você?", refugiando-se na apatia e no medo de
nunca acertar com as coisas que tenha que realizar ou situações que tenha que
enfrentar; e
d)
CRÍTICAS: pesada carga que, desde a
infância, tem que ser muito bem dosada, tanto no que se refira a problemas
físicos ou de comportamento, a situações de educação, cultura, étnicas e
raciais, para evitar complexos e traumas, especialmente preconceitos.
Para
mantermos nossa conduta doutrinária, temos que aprender a lidar com nossa
sombra, penetrando nela com tranquilidade, revendo os quadros negativos do
passado, principalmente da infância, revivendo situações passadas e buscando
remontar nossas sensações de forma positiva, perdoando a nós mesmos pelas
formas erradas como agimos no passado. Temos que ficar alertas com nossas reações
com as qualidades ou deficiências das outras pessoas.
Quando
temos uma grande aversão - preguiça, sensualidade, estupidez - ou uma grande
admiração - cultura, inteligência, espiritualidade - pode ser que tais
sentimentos estejam sendo projetados por nossa sombra. Outras projeções podem
fazer com que, repentinamente, fazemos ou falamos algo diferente do nosso
estado comum, dando vazão à nossa parte oculta, às nossas emoções inferiores ou
temidas, através de atos exagerados, impulsivos e não intencionais, de
explosões de raiva e nas reações que temos ao nos sentir humilhados ou
ameaçados.
Por
isso, temos que buscar entender as mensagens do Evangelho e dos Mentores do
Amanhecer, para que possamos receber as forças cósmicas em toda a sua
plenitude, e, por ação delas, de forma cruzada com nossas forças mentais e
vitais, manter a nossa sombra sob controle, evitando emissões de cargas
negativas que alteram todo o nosso padrão vibratório e, na maioria dos casos,
atinge os que estão ao nosso redor.
Casos
de comportamentos indistintos, sentimentos e ações intensamente negativos,
sofrimento de aspecto neurótico, doenças psicossomáticas, depressão e abuso das
próprias forças, são exemplos frequentes de atuação da sombra.
Com
equilíbrio e conhecimento, o Jaguar vai aprendendo a lidar com sua sombra,
chegando ao ponto bem definido de identificação das suas atitudes conscientes e
da sua profundeza inconsciente, resultando em uma aceitação mais autêntica de
sua missão, controlando as repentinas emoções negativas, sentindo-se mais livre
de culpas ou pecados ligados aos sentimentos e atos negativos, podendo, assim,
dosar suas vibrações e refazer a sua escala de valores, evitando estado
vibracional que facilitaria a ação de espíritos obsessores e cobradores, que
iriam agravar todo o quadro pelo qual estivesse passando.
Enfrentar,
conhecer e dominar nossa sombra é fator muito importante para que possamos
estabelecer nossa efetiva conduta doutrinária e, especialmente, combater o
stress e a solidão, principalmente quando estamos na terceira idade e, por
decorrência do próprio sistema de vida atual, fica-se, em muitos casos, na
dependência de outras pessoas para enfrentar situações que se nos apresentam
como solidão.
Para
ultrapassar essas adversas e por vezes delicadas passagens, temos que superar
nossa sombra e refletir sobre nossas reais necessidades, buscando ampliar nosso
autoconhecimento e manter atividades físicas e mentais, especialmente
preocupando-nos com a Lei do Auxílio, ampliando nossas participações nos trabalhos
mediúnicos.
“No mundo
físico, muitas vezes ocultamos certos comportamentos a que nosso plexo nervoso
nos obriga. Sabendo que o nosso mundo social se escandalizaria, escondemos, e
Deus nos ajuda, pela razão do nosso sentimento em não querer desafiar os laços
sociais do nosso mundo.”
(Tia Neiva,
6.6.80).
“A tua
consciência pura, tão somente, não te livrará da maldade dos olhos físicos. É
caridade, também, dar satisfação do teu comportamento ao teu vizinho, que não
conhece a tua consciência.” (Tia Neiva, 12.11.81).
fonte: observações tumarã
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