O Vale do Amanhecer é o grande encontro transcendental de várias civilizações. Temos
em nosso meio o remontar de velhos povos: Egito,
Grécia Roma, ciganos, franceses e de tantos outras que
fica muito difícil falarmos, seria necessário um estudo
mais acirrado para que pudessemos identificar
outras civilizações que se manifestam de formas mais
sutis.
Em nossa Doutrina, temos uma amálgama das civilizações pré-colombianas, o que torna
difícil identificar o que pertence a qual povo: temos
as falanges dos Príncipes Mayas e das Mayas; Pai Seta
Branca era um indígena; temos entidades Astecas;
Ministro Yucatã; Pagé Inca, etc. Desta forma, o que vemos é
uma profusão de representações que nos remetem a transcendentalidade dos povos que habitaram
as Américas antes da vinda dos europeus.
A civilização Incaica teve enquanto
precedente vários povoamentos datando desde antes de da
Era Cristã. Um dos templos mais antigos, o de
“Mãos Cruzadas”, na cidade de Kotosh, no Peru, é de aproximadamente 1.500 a.C. Por conta da agricultura, grandes povoamentos se destacaram resultando
em uma predominância sobre os demais povos,
sendo uma das primeiras a civilização Chavin. Uma das características que devemos ressaltar é o
culto à imagem do Jaguar ou Puma, culto este
difundido em toda América. Esta civilização perdurou por
todo primeiro milênio de nossa era. Logo adiante, outras
civilizações tomaram vulto e puseram fim a grande época da unidade andina. Várias cidades se destacaram
entre os Séculos I e VII devido ao grande desenvolvimento tecnológico, tendo destaque as culturas
Mochica, Paracas-Nasca, Tiahuanaco e Huari, sendo
estas últimas as que conseguiram, por volta do Século VIII,
a reunificação do mundo fragmentado em que
viviam os povos andinos.
Tiahuanaco e Huari estavam situadas às margens do Lago Titicaca. Tiahuanaco
expandiu-se para o sul e dela temos como uma de nossas
principais heranças o símbolo do Jaguar inscrita nas
ruínas do Portal do Sol. A cidade de Huari se expandiu
para o norte.Estas cidades foram as precursoras dos
Impérios Chimu e Inca. O Império Chimu se estendia por 1.200
Km e logo se chocaria com o Império Inca, que também se
expandia,acarretando em uma das mais expressivas
civilizações que as Américas tiveram.
Os Incas se destacaram entre os quatro principais grupos étnicos dos Andes que
formavam a Confederação Cuzquenha. O primeiro Soberano
foi Inka Roka, que estabeleceu o culto a Inti (o Sol)
para toda a confederação. Após ele, os Incas tiveram
outros soberanos que reforçaram e expandiram o
Império Inca, que chegou a cobrir uma superfície de
950 mil Km2 , tendo aproximadamente, até a chegada
dos europeus, 10 milhões de habitantes. A cidade
de Cuzco, comparando-se com muitas cidades européias,
era uma megalópole de 60 mil habitantes e com plano urbanisco muito interessante: do alto, a cidade tinha a
forma de uma cabeça de jaguar.
Esta civilização tinha como idioma o Kechwa, mas, infelizmente, sobre a escrita pouco se
conhece. A maioria dos registros existiram por meio dos
europeus em sua chegada às Américas. O registro oral
em músicas é vasto, suas epopéias narram, em
muitos casos, preocupações morais e cuidados
materiais. A flauta foi um dos instrumentos musicais mais
utilizados por esta cultura. O vestuário era muito
vistoso e colorido, possuindo importante referencia religiosa,
até o presente tenta-se verificar se os desenhos
dos tecidos são pictogramas, mas nada se conseguiu
provar. Mesmo sem esses registros, era sabido que os incas
tinham uma divisão do tempo em 12 meses lunares -
era uma preocupação constante dos soberanos a
diferença que existia entre os calendários solar e lunar,
mas não se chegou a uma conclusão sobre este assunto. Diferentemente dos Mais e Astecas, os Incas
não associavam ao calendário uma função
divinatória, entre dias nefastos e dias de sorte, desta forma
era vaga a divisão entre astronomia e astrologia. A
arquitetura monumental deste povo perdura em nossa época,
seus blocos talhados em pedras únicas e encaixados
de forma perfeita geram dúvidas de que forma feitos
até hoje. Seriam produtos de tecnologia extraterrena?
Mesmo com toda imponência, este vasto império deixou de existir da forma clássica
que conhecemos, devido a fatores internos e
externos. Os fatores externos são conhecidos por nós como
a chegada dos colonizadores espanhóis, por
volta de 1530 que, mesmo com um contigente muito menor,
derrotou o poder bélíco e militar dos Incas. As
doenças que trouxeram dizimaram muitos, o poderio das
armas e as estratagemas militares também tiveram
grande importância nesse sobrepujar civilizatório. A
traição era também uma das principais armas dos europeus
que não conheciam o compromisso da palavra dada.
Com a morte do soberano Wayna Kapaq, em 1528, seus dois filhos iniciaram uma disputa
para a sucessão real, nada mais comum para a época,
mas com a entrada dos espanhóis, desta vez foi
diferente. Eles promoveram a dilaceração do império,
para que assim fosse mais fácil o domínio. O espanhóis
acirram as disputas entre Ataw Wallpa e Waskarr.
Os espanhóis, com um dos seus mais conhecidos comandantes, Francisco Pizarro,
fez alianças com Waskarr para combater seu irmão no Norte
para depois lançarem ofensivas militares no Sul.
Um dos casos mais conhecidos foi o sequestro de Ataw Wallpa. Para libertá-lo, os espanhóis
exigiram que sua tribo deveria encher um aposento todo
com ouro, que em valores de hoje seriam mais ou
menos uns 100 milhões de dólares, e mesmo eles
tendo cumprido com o acordo, os conquistadores
mataram Ataw Wallpa com a desculpa de que ele havia
ordenado o assassinato de seu irmão Waskarr. Mesmo com
a morte dos príncipes herdeiros, a resistência
incaica lutou bravamente para se libertar do jugo espanhol.
O último inca a desejar a reunificação dos reinos do
Norte e do Sul foi Tupac Amaru, que foi capturado e
levado a Cuzco onde foi decapitado em praça pública no mês
de maio de 1572, na presença de uma multidão de incas desolados. Assim, chega ao fim uma das mais magníficas civilizações que o mundo já viu.
Hoje, com a eleição da cidadela inca de Machu
Picchu como uma das maravilhas do mundo, acreditamos
que poderemos render as homenagens que este povo
merece.
Sempre é salutar ressaltarmos a importância
de não lutarmos entre nós mesmos. Devemos nos unir a nosso
querido Pai Seta Branca em orações e preces para que possamos
vibrar com asarmas que ele nos concedeu, amor, humildade e
tolerância,por um mundo mais justo e melhor.
fonte: jornal do jaguar - Leônio matos Gomes - Historiador
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