terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

HERANÇAS TRANSCENDENTAIS - OS INCAS




O Vale do Amanhecer é o grande encontro transcendental de várias civilizações. Temos em nosso meio o remontar de velhos povos: Egito, Grécia Roma, ciganos, franceses e de tantos outras que fica muito difícil falarmos, seria necessário um estudo mais acirrado para que pudessemos identificar outras civilizações que se manifestam de formas mais sutis.

Em nossa Doutrina, temos uma amálgama das civilizações pré-colombianas, o que torna difícil identificar o que pertence a qual povo: temos as falanges dos Príncipes Mayas e das Mayas; Pai Seta Branca era um indígena; temos entidades Astecas; Ministro Yucatã; Pagé Inca, etc. Desta forma, o que vemos é uma profusão de representações que nos remetem a transcendentalidade dos povos que habitaram as Américas antes da vinda dos europeus.

A civilização Incaica teve enquanto precedente vários povoamentos datando desde antes de da Era Cristã. Um dos templos mais antigos, o de “Mãos Cruzadas”, na cidade de Kotosh, no Peru, é de aproximadamente 1.500 a.C. Por conta da agricultura, grandes povoamentos se destacaram resultando em uma predominância sobre os demais povos, sendo uma das primeiras a civilização Chavin. Uma das características que devemos ressaltar é o culto à imagem do Jaguar ou Puma, culto este difundido em toda América. Esta civilização perdurou por todo primeiro milênio de nossa era. Logo adiante, outras civilizações tomaram vulto e puseram fim a grande época da unidade andina. Várias cidades se destacaram entre os Séculos I e VII devido ao grande desenvolvimento tecnológico, tendo destaque as culturas Mochica, Paracas-Nasca, Tiahuanaco e Huari, sendo estas últimas as que conseguiram, por volta do Século VIII, a reunificação do mundo fragmentado em que viviam os povos andinos.

Tiahuanaco e Huari estavam situadas às margens do Lago Titicaca. Tiahuanaco expandiu-se para o sul e dela temos como uma de nossas principais heranças o símbolo do Jaguar inscrita nas ruínas do Portal do Sol. A cidade de Huari se expandiu para o norte.Estas cidades foram as precursoras dos Impérios Chimu e Inca. O Império Chimu se estendia por 1.200 Km e logo se chocaria com o Império Inca, que também se expandia,acarretando em uma das mais expressivas civilizações que as Américas tiveram.

Os Incas se destacaram entre os quatro principais grupos étnicos dos Andes que formavam a Confederação Cuzquenha. O primeiro Soberano foi Inka Roka, que estabeleceu o culto a Inti (o Sol) para toda a confederação. Após ele, os Incas tiveram outros soberanos que reforçaram e expandiram o Império Inca, que chegou a cobrir uma superfície de 950 mil Km2 , tendo aproximadamente, até a chegada dos europeus, 10 milhões de habitantes. A cidade de Cuzco, comparando-se com muitas cidades européias, era uma megalópole de 60 mil habitantes e com plano urbanisco muito interessante: do alto, a cidade tinha a forma de uma cabeça de jaguar.

Esta civilização tinha como idioma o Kechwa, mas, infelizmente, sobre a escrita pouco se conhece. A maioria dos registros existiram por meio dos europeus em sua chegada às Américas. O registro oral em músicas é vasto, suas epopéias narram, em muitos casos, preocupações morais e cuidados materiais. A flauta foi um dos instrumentos musicais mais utilizados por esta cultura. O vestuário era muito vistoso e colorido, possuindo importante referencia religiosa, até o presente tenta-se verificar se os desenhos dos tecidos são pictogramas, mas nada se conseguiu provar. Mesmo sem esses registros, era sabido que os incas tinham uma divisão do tempo em 12 meses lunares - era uma preocupação constante dos soberanos a diferença que existia entre os calendários solar e lunar, mas não se chegou a uma conclusão sobre este assunto. Diferentemente dos Mais e Astecas, os Incas não associavam ao calendário uma função divinatória, entre dias nefastos e dias de sorte, desta forma era vaga a divisão entre astronomia e astrologia. A arquitetura monumental deste povo perdura em nossa época, seus blocos talhados em pedras únicas e encaixados de forma perfeita geram dúvidas de que forma feitos até hoje. Seriam produtos de tecnologia extraterrena?

Mesmo com toda imponência, este vasto império deixou de existir da forma clássica que conhecemos, devido a fatores internos e externos. Os fatores externos são conhecidos por nós como a chegada dos colonizadores espanhóis, por volta de 1530 que, mesmo com um contigente muito menor, derrotou o poder bélíco e militar dos Incas. As doenças que trouxeram dizimaram muitos, o poderio das armas e as estratagemas militares também tiveram grande importância nesse sobrepujar civilizatório. A traição era também uma das principais armas dos europeus que não conheciam o compromisso da palavra dada.

Com a morte do soberano Wayna Kapaq, em 1528, seus dois filhos iniciaram uma disputa para a sucessão real, nada mais comum para a época, mas com a entrada dos espanhóis, desta vez foi diferente. Eles promoveram a dilaceração do império, para que assim fosse mais fácil o domínio. O espanhóis acirram as disputas entre Ataw Wallpa e Waskarr.

Os espanhóis, com um dos seus mais conhecidos comandantes, Francisco Pizarro, fez alianças com Waskarr para combater seu irmão no Norte para depois lançarem ofensivas militares no Sul.

Um dos casos mais conhecidos foi o sequestro de Ataw Wallpa. Para libertá-lo, os espanhóis exigiram que sua tribo deveria encher um aposento todo com ouro, que em valores de hoje seriam mais ou menos uns 100 milhões de dólares, e mesmo eles tendo cumprido com o acordo, os conquistadores mataram Ataw Wallpa com a desculpa de que ele havia ordenado o assassinato de seu irmão Waskarr. Mesmo com a morte dos príncipes herdeiros, a resistência incaica lutou bravamente para se libertar do jugo espanhol. O último inca a desejar a reunificação dos reinos do Norte e do Sul foi Tupac Amaru, que foi capturado e levado a Cuzco onde foi decapitado em praça pública no mês de maio de 1572, na presença de uma multidão de incas desolados. Assim, chega ao fim uma das mais magníficas civilizações que o mundo já viu.

Hoje, com a eleição da cidadela inca de Machu Picchu como uma das maravilhas do mundo, acreditamos que poderemos render as homenagens que este povo merece.

Sempre é salutar ressaltarmos a importância de não lutarmos entre nós mesmos. Devemos nos unir a nosso querido Pai Seta Branca em orações e preces para que possamos vibrar com asarmas que ele nos concedeu, amor, humildade e tolerância,por um mundo mais justo e melhor.


fonte: jornal do jaguar - Leônio matos Gomes - Historiador

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