Por Tia Neiva
Salve Deus! Meu filho:
O Doutrinador é um poderoso
foco de luz, cujos raios atingem a fronteira intelectual que ilumina todo o ciclo
da vida. Ele esclarece e justifica as chamadas Ciências Ocultas, explicando
racionalmente suas deduções, os porquês da vida astral e física.
É o canto universal, é a vida
de povos com caráter e sua natureza. Estão sempre a receber a mais viva luz.
Ser um Doutrinador é ser um
profundo conhecedor, até ser um cientista; sim, cientista é ter o conhecimento das
coisas, dos fatos e dos fenômenos em si mesmo, em sua natureza e em suas
origens. Analisa e expõe a sua origem da evolução humana; a criação das
matérias, os significados de átomos e células, a formação dos seres, a força
psíquica proporcionadamente. O Doutrinador utiliza de seus conhecimentos
fundamentais, cuja linguagem é sempre clara. É ciência da luz e do fenômeno simples,
dirigindo somente o seu raciocínio, sem esquecer a independência de seu caráter.
A sinceridade e suas convicções provam o fato de ser um Doutrinador. Para nunca
se enganar, persuasivo autor; sempre de olhos abertos, sempre no alerta dos
fatos, dos fenômenos da vida; sempre o sentido no
fenômeno e na vida fora da matéria. O Doutrinador deve sentir-se o
“extraordinário”, sublime palpitante de sua silenciosa manifestação doutrinária,
nos extra-sensoriais e no homem, até sentir estar penetrando em suas três
emissões, sempre exposto à Justiça Universal.
Expressivo, atento, é o
Doutrinador confiante...
Assim é o Doutrinador!
Com carinho, a Mãe em Cristo,
Tia Neiva.
Vale do Amanhecer, 24 de junho
de 1978.
Por Mário Sassi, Trino Tumuchy
É o médium cujo ectoplasma se acumula na
parte superior do corpo, do peito para cima, predominando na cabeça. Quando ele
se mediuniza, isto é, estabelece sintonia entre seu sistema psicológico e seus
chakras, seus sentidos se ativam acima do normal. Como consequência imediata,
sua percepção fica mais apurada, mais alerta. Com a tônica circulatória predominando
na cabeça, os órgãos inferiores diminuem a atividade, principalmente na área do
sistema neurovegetativo.
A partir daí, ele começa a emitir uma onda fluídica
com a parte superior do corpo, principalmente pela boca e pelas narinas.
Essa onda estabelece um canal fluídico entre
os plexos superiores e os chakras correspondentes. Seu sistema psicológico
passa a receber as influências dos chakras que, por sua vez, são ativados pelo
plano vibratório do mundo espiritual. O Doutrinador se torna, então, receptivo
aos espíritos de sua sintonia.
Essas emanações são filtradas pelo sistema cerebral,
e o Doutrinador emite sua doutrina, isto é, fala, pensa, escreve, cura, consola
e executa sua tarefa mediúnica.
Esse é o sentido amplo da doutrina. Ela não
é, apenas, um conjunto de palavras bem articuladas e com boa construção
literária. Também, não é simples pensamento bem elaborado, representando ideias
precisas. É, essencialmente, emissão de energia positiva, que tanto pode se
manifestar por palavras como pela aplicação das mãos, pelo olhar e até pelo simples
pensamento dirigido.
Essa realidade do Doutrinador tem algumas implicações
que não podem passar despercebidas: 1º) O fenômeno existe e funciona, mesmo que
o Doutrinador nato não saiba disso; 2º) a emissão fluídica tanto pode ser
positiva como negativa, na dependência do campo de sintonia do Doutrinador. Nos
estados de ira, de cólera, de angústia, de medo ou de ansiedade, a polarização
das forças é, essencialmente, dos plexos nervosos. Nesse caso, os chakras se
fecham, e a pessoa entra em curto-circuito, que pode produzir resultados funestos.
O sangue que aflui ao cérebro se carrega de partículas tóxicas e produz
descargas em todo o organismo. O médium Doutrinador não desenvolvido é um
candidato natural à apoplexia, aos enfartes e derrames.
Pelas razões expostas acima, o Doutrinador é
o médium por excelência, o intermediário entre os planos e o responsável pelo
fenômeno mediúnico. Sem a presença de seu ectoplasma, é difícil a
realização do processo, no qual ele atua como catalisador.
A manifestação de sua mediunidade é feita
través da sua psique normal e esse fato inspira confiança, em virtude da plena
responsabilidade em quaisquer circunstâncias. O Doutrinador não sente arrepios,
perdas de consciência, nem tem descontroles emocionais, comuns em outros
médiuns.
O desconhecimento desse tipo de mediunidade leva
a considerar o Doutrinador como um ser humano que não tivesse mediunidade, atitude
essa que tem tirado a oportunidade de realização a muitos. Por outro lado, a
tentativa de desenvolvimento da mediunidade de um Doutrinador nato pelos plexos
inferiores, leva a complicações de consequências imprevisíveis.
A memória transcendental estabelece, para o
ser humano, o momento para cada etapa fundamental de sua trajetória. O
exercício da mediunidade tem um tempo certo para começar. Quando essa
cronologia não é observada a Natureza põe em funcionamento os sinais de alarme.
Estes aumentam de intensidade na proporção em que não são atendidos.
Nesse ponto, torna-se necessário lembrar ao leitor
que o exercício da mediunidade não é feito apenas no Espiritismo. Se assim
fosse, o mundo seria habitado somente por desequilibrados. Mas, por outro lado,
apenas a vida comum, o mundo da personalidade transitória, não satisfaz às
demandas mediúnicas. Isso explica, em parte, a busca eterna da realização
religiosa, política ou idealista. O ser humano sempre precisa de algo além da
sua simples sobrevivência. O Mediunismo se apresenta, atualmente, como a
solução mais objetiva.
O Doutrinador potencial, quando se apresenta ao
grupo mediúnico, demonstra, em geral, ter a vida desequilibrada e ser dominado
pela angústia, pela descrença, agressividade ou passividade excessiva. Fisicamente,
queixa-se de dores de cabeça, distúrbios digestivos e incômodos cardíacos. De
modo geral, esses incômodos cardíacos já foram objeto de cuidados médicos e
desanimaram o clínico pela falta de causas definidas.
Submete-se, então, o paciente a um trabalho mediúnico,
em que haja absorção do ectoplasma excedente no organismo. A melhora quase
instantânea é a melhor prova de que estamos na presença de um Doutrinador.
Depois dessa experiência, se ele aceitar a ideia
de trabalhar espiritualmente, deve ser submetido ao exercício de sua
mediunidade, a começar pelos processos físicos. Durante um período mínimo de
três meses, ele deve trabalhar uma ou duas vezes por semana, doutrinando
espíritos incorporados, ministrando passes magnéticos e conversando
com pacientes que procuram o tratamento espiritual.
Por tendência natural, o Doutrinador tem interesse
na cultura intelectual. Tenha escolaridade ou não, ele sempre absorve o aspecto
intelectivo do meio em que vive.
Sua apresentação, pois, é cheia de
justificativas, explicações e demonstrações de conhecimentos. No seu arrazoado,
predomina a análise com tendências ao cerebralismo. Nisso ele revela certo bloqueio
à recepção espiritual. O racionalismo excessivo impede o contato com o
transcendente.
A alimentação do intelecto, nesse caso, é
somente horizontal, isto é, nutrida, apenas, pelas ideias elaboradas por
outros, remodeladas num transformismo contínuo, que nada cria. É uma psique saturada.
Paralelamente à desassimilação
ectoplasmática, o médium deve ser submetido a uma confortável desassimilação
intelectual. Durante algum tempo, ele deve se abster de leituras, experiências
e pesquisas mais sérias; isso irá aguçar sua
curiosidade, mas descansará sua mente. Esta, sem o bombardeio das informações
formais, começará a sintonizar as antenas com o mundo chákrico e, mais além,
com o mundo espiritual.
Nesse período, ele deve receber,
apenas, as informações essenciais à técnica da mediunização, um sutil fenômeno
da Natureza, mas de fácil alcance. Na vida comum, ele pode ser verificado nos
momentos dramáticos, quando os acontecimentos superam o senso comum e o ser
humano apela, automaticamente, para o transcendente.
O Mediunismo provê a mediunização
por meio de chaves, mantras e o ritual em geral. Em última análise, é um
problema de disponibilidade de ectoplasma e de focalização da consciência.
Sem dúvida, o sucesso de um
Doutrinador depende de sua capacidade de mediunizar-se. Pela sua própria
natureza, ele é um impaciente, e tudo que lhe acontece em torno o incomoda. Tem
tendência para dar ordens e organizar as coisas. Gosta de falar, mas não de
ouvir, provocando, com isso, reações desfavoráveis à sua atividade.
No estado normal, sob o domínio
da personalidade, ele manifesta seu temperamento, sua cultura e seus
preconceitos, nem sempre agradando.
Ao mediunizar-se, porém, ele
entra em sintonia com seu espírito, portador da experiência milenar, e com o
plano em que se acha. Seus Guias encontram acesso à sua psique e, através dela,
trazem suas vibrações benéficas ao ambiente, no verdadeiro exercício da
mediunidade.
Como vimos até aqui, a
mediunidade de doutrina revela as maiores possibilidades do ser humano, podendo,
sem medo, se atribuir a ela as grandes conquistas da Humanidade.
Se pensarmos em termos da
iluminação intelectual, mediante o processo mediúnico, chegaremos à conclusão
de que a revelação mística não é antagônica ao processo científico, e tem sido
a base da evolução humana. Com essa reflexão simples, colocaremos as religiões
no lugar que lhes compete e partiremos mais tranquilos ao encontro do nosso
futuro.
Qualquer ser humano, por modesto
que seja em seu mecanismo intelectual, pode ser o portador da experiência
transcendente. Basta, para isso, que se disponha a servir o seu próximo nas
normas evangélicas e conheça as técnicas do Mediunismo.
O Doutrinador jamais incorpora e
nunca perde a consciência no trabalho mediúnico. Inclina-se, com isso, aos
trabalhos em que é necessário tomar decisões, interpretar situações e manipular
as forças mentais.
São funções próprias do
Doutrinador:
1. Aprender, interpretar e
conceituar a Doutrina praticada pelo seu grupo mediúnico, bem como a missão a
ele confiada;
2. Organizar, administrar e
desenvolver os médiuns;
3. Abrir e fechar os trabalhos;
4. Assistir e controlar todo e
qualquer trabalho de incorporação;
5. Interpretar as situações dos
médiuns quando incorporados. Se for o Mentor ou o Guia, atendê-lo respeitosamente;
se for sofredor, doutriná-lo e fazer sua entrega aos planos espirituais;
6. Ministrar passes magnéticos de
equilíbrio aos médiuns de incorporação, sempre que estes terminam uma
incorporação; estes passes podem ser ministrados a qualquer pessoa, e mesmo a
outro Doutrinador, quando revelar desequilíbrio;
7. Controlar, com sua mente,
qualquer situação anormal de pessoas ou grupos, mantendo sempre seu equilíbrio
pessoal. O Doutrinador, que conhece o seu potencial mediúnico, pode controlar
um ambiente sem externar qualquer gesto.
O Doutrinador deve evitar o desenvolvimento
de outras mediunidades embora as tenha em potencial. Em casos específicos, que
justifiquem outros desenvolvimentos, ele deve ater-se, apenas, a mediunidades
dos plexos e dos chakras superiores, como psicografia (automática e
semi-automática), vidência (com todas as restrições que essa mediunidade suscita),
olfação e audição. Mas, sempre que um Doutrinador desenvolver alguma dessas
mediunidades, ele deve ser mantido sob observação dos companheiros, pois essas
funções podem prejudicar a acuidade do seu julgamento e sua objetividade.
fonte: jornal do jaguar
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