quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O DOUTRINADOR - Por Tia Neiva e Mário Sassi (Trino Tumuchy)



Por Tia Neiva

Salve Deus! Meu filho:
O Doutrinador é um poderoso foco de luz, cujos raios atingem a fronteira intelectual que ilumina todo o ciclo da vida. Ele esclarece e justifica as chamadas Ciências Ocultas, explicando racionalmente suas deduções, os porquês da vida astral e física.

É o canto universal, é a vida de povos com caráter e sua natureza. Estão sempre a receber a mais viva luz.


Ser um Doutrinador é ser um profundo conhecedor, até ser um cientista; sim, cientista é ter o conhecimento das coisas, dos fatos e dos fenômenos em si mesmo, em sua natureza e em suas origens. Analisa e expõe a sua origem da evolução humana; a criação das matérias, os significados de átomos e células, a formação dos seres, a força psíquica proporcionadamente. O Doutrinador utiliza de seus conhecimentos fundamentais, cuja linguagem é sempre clara. É ciência da luz e do fenômeno simples, dirigindo somente o seu raciocínio, sem esquecer a independência de seu caráter. A sinceridade e suas convicções provam o fato de ser um Doutrinador. Para nunca se enganar, persuasivo autor; sempre de olhos abertos, sempre no alerta dos fatos, dos fenômenos da vida; sempre o sentido no fenômeno e na vida fora da matéria. O Doutrinador deve sentir-se o “extraordinário”, sublime palpitante de sua silenciosa manifestação doutrinária, nos extra-sensoriais e no homem, até sentir estar penetrando em suas três emissões, sempre exposto à Justiça Universal.

Expressivo, atento, é o Doutrinador confiante...
Assim é o Doutrinador!

Com carinho, a Mãe em Cristo, Tia Neiva.

Vale do Amanhecer, 24 de junho de 1978.




Por Mário Sassi, Trino Tumuchy

É o médium cujo ectoplasma se acumula na parte superior do corpo, do peito para cima, predominando na cabeça. Quando ele se mediuniza, isto é, estabelece sintonia entre seu sistema psicológico e seus chakras, seus sentidos se ativam acima do normal. Como consequência imediata, sua percepção fica mais apurada, mais alerta. Com a tônica circulatória predominando na cabeça, os órgãos inferiores diminuem a atividade, principalmente na área do sistema neurovegetativo.

A partir daí, ele começa a emitir uma onda fluídica com a parte superior do corpo, principalmente pela boca e pelas narinas.

Essa onda estabelece um canal fluídico entre os plexos superiores e os chakras correspondentes. Seu sistema psicológico passa a receber as influências dos chakras que, por sua vez, são ativados pelo plano vibratório do mundo espiritual. O Doutrinador se torna, então, receptivo aos espíritos de sua sintonia.

Essas emanações são filtradas pelo sistema cerebral, e o Doutrinador emite sua doutrina, isto é, fala, pensa, escreve, cura, consola e executa sua tarefa mediúnica.

Esse é o sentido amplo da doutrina. Ela não é, apenas, um conjunto de palavras bem articuladas e com boa construção literária. Também, não é simples pensamento bem elaborado, representando ideias precisas. É, essencialmente, emissão de energia positiva, que tanto pode se manifestar por palavras como pela aplicação das mãos, pelo olhar e até pelo simples pensamento dirigido.

Essa realidade do Doutrinador tem algumas implicações que não podem passar despercebidas: 1º) O fenômeno existe e funciona, mesmo que o Doutrinador nato não saiba disso; 2º) a emissão fluídica tanto pode ser positiva como negativa, na dependência do campo de sintonia do Doutrinador. Nos estados de ira, de cólera, de angústia, de medo ou de ansiedade, a polarização das forças é, essencialmente, dos plexos nervosos. Nesse caso, os chakras se fecham, e a pessoa entra em curto-circuito, que pode produzir resultados funestos. O sangue que aflui ao cérebro se carrega de partículas tóxicas e produz descargas em todo o organismo. O médium Doutrinador não desenvolvido é um candidato natural à apoplexia, aos enfartes e derrames.

Pelas razões expostas acima, o Doutrinador é o médium por excelência, o intermediário entre os planos e o responsável pelo fenômeno mediúnico. Sem a presença de seu ectoplasma, é difícil a realização do processo, no qual ele atua como catalisador.

A manifestação de sua mediunidade é feita través da sua psique normal e esse fato inspira confiança, em virtude da plena responsabilidade em quaisquer circunstâncias. O Doutrinador não sente arrepios, perdas de consciência, nem tem descontroles emocionais, comuns em outros médiuns.

O desconhecimento desse tipo de mediunidade leva a considerar o Doutrinador como um ser humano que não tivesse mediunidade, atitude essa que tem tirado a oportunidade de realização a muitos. Por outro lado, a tentativa de desenvolvimento da mediunidade de um Doutrinador nato pelos plexos inferiores, leva a complicações de consequências imprevisíveis.

A memória transcendental estabelece, para o ser humano, o momento para cada etapa fundamental de sua trajetória. O exercício da mediunidade tem um tempo certo para começar. Quando essa cronologia não é observada a Natureza põe em funcionamento os sinais de alarme. Estes aumentam de intensidade na proporção em que não são atendidos.

Nesse ponto, torna-se necessário lembrar ao leitor que o exercício da mediunidade não é feito apenas no Espiritismo. Se assim fosse, o mundo seria habitado somente por desequilibrados. Mas, por outro lado, apenas a vida comum, o mundo da personalidade transitória, não satisfaz às demandas mediúnicas. Isso explica, em parte, a busca eterna da realização religiosa, política ou idealista. O ser humano sempre precisa de algo além da sua simples sobrevivência. O Mediunismo se apresenta, atualmente, como a solução mais objetiva.

O Doutrinador potencial, quando se apresenta ao grupo mediúnico, demonstra, em geral, ter a vida desequilibrada e ser dominado pela angústia, pela descrença, agressividade ou passividade excessiva. Fisicamente, queixa-se de dores de cabeça, distúrbios digestivos e incômodos cardíacos. De modo geral, esses incômodos cardíacos já foram objeto de cuidados médicos e desanimaram o clínico pela falta de causas definidas.

Submete-se, então, o paciente a um trabalho mediúnico, em que haja absorção do ectoplasma excedente no organismo. A melhora quase instantânea é a melhor prova de que estamos na presença de um Doutrinador.

Depois dessa experiência, se ele aceitar a ideia de trabalhar espiritualmente, deve ser submetido ao exercício de sua mediunidade, a começar pelos processos físicos. Durante um período mínimo de três meses, ele deve trabalhar uma ou duas vezes por semana, doutrinando espíritos incorporados, ministrando passes magnéticos e conversando com pacientes que procuram o tratamento espiritual.

Por tendência natural, o Doutrinador tem interesse na cultura intelectual. Tenha escolaridade ou não, ele sempre absorve o aspecto intelectivo do meio em que vive.

Sua apresentação, pois, é cheia de justificativas, explicações e demonstrações de conhecimentos. No seu arrazoado, predomina a análise com tendências ao cerebralismo. Nisso ele revela certo bloqueio à recepção espiritual. O racionalismo excessivo impede o contato com o transcendente.

A alimentação do intelecto, nesse caso, é somente horizontal, isto é, nutrida, apenas, pelas ideias elaboradas por outros, remodeladas num transformismo contínuo, que nada cria. É uma psique saturada.

Paralelamente à desassimilação ectoplasmática, o médium deve ser submetido a uma confortável desassimilação intelectual. Durante algum tempo, ele deve se abster de leituras, experiências e pesquisas mais sérias; isso irá aguçar sua curiosidade, mas descansará sua mente. Esta, sem o bombardeio das informações formais, começará a sintonizar as antenas com o mundo chákrico e, mais além, com o mundo espiritual.

Nesse período, ele deve receber, apenas, as informações essenciais à técnica da mediunização, um sutil fenômeno da Natureza, mas de fácil alcance. Na vida comum, ele pode ser verificado nos momentos dramáticos, quando os acontecimentos superam o senso comum e o ser humano apela, automaticamente, para o transcendente.

O Mediunismo provê a mediunização por meio de chaves, mantras e o ritual em geral. Em última análise, é um problema de disponibilidade de ectoplasma e de focalização da consciência.

Sem dúvida, o sucesso de um Doutrinador depende de sua capacidade de mediunizar-se. Pela sua própria natureza, ele é um impaciente, e tudo que lhe acontece em torno o incomoda. Tem tendência para dar ordens e organizar as coisas. Gosta de falar, mas não de ouvir, provocando, com isso, reações desfavoráveis à sua atividade.

No estado normal, sob o domínio da personalidade, ele manifesta seu temperamento, sua cultura e seus preconceitos, nem sempre agradando.

Ao mediunizar-se, porém, ele entra em sintonia com seu espírito, portador da experiência milenar, e com o plano em que se acha. Seus Guias encontram acesso à sua psique e, através dela, trazem suas vibrações benéficas ao ambiente, no verdadeiro exercício da mediunidade.

Como vimos até aqui, a mediunidade de doutrina revela as maiores possibilidades do ser humano, podendo, sem medo, se atribuir a ela as grandes conquistas da Humanidade.

Se pensarmos em termos da iluminação intelectual, mediante o processo mediúnico, chegaremos à conclusão de que a revelação mística não é antagônica ao processo científico, e tem sido a base da evolução humana. Com essa reflexão simples, colocaremos as religiões no lugar que lhes compete e partiremos mais tranquilos ao encontro do nosso futuro.

Qualquer ser humano, por modesto que seja em seu mecanismo intelectual, pode ser o portador da experiência transcendente. Basta, para isso, que se disponha a servir o seu próximo nas normas evangélicas e conheça as técnicas do Mediunismo.

O Doutrinador jamais incorpora e nunca perde a consciência no trabalho mediúnico. Inclina-se, com isso, aos trabalhos em que é necessário tomar decisões, interpretar situações e manipular as forças mentais.

São funções próprias do Doutrinador:
1. Aprender, interpretar e conceituar a Doutrina praticada pelo seu grupo mediúnico, bem como a missão a ele confiada;
2. Organizar, administrar e desenvolver os médiuns;
3. Abrir e fechar os trabalhos;
4. Assistir e controlar todo e qualquer trabalho de incorporação;
5. Interpretar as situações dos médiuns quando incorporados. Se for o Mentor ou o Guia, atendê-lo respeitosamente; se for sofredor, doutriná-lo e fazer sua entrega aos planos espirituais;
6. Ministrar passes magnéticos de equilíbrio aos médiuns de incorporação, sempre que estes terminam uma incorporação; estes passes podem ser ministrados a qualquer pessoa, e mesmo a outro Doutrinador, quando revelar desequilíbrio;
7. Controlar, com sua mente, qualquer situação anormal de pessoas ou grupos, mantendo sempre seu equilíbrio pessoal. O Doutrinador, que conhece o seu potencial mediúnico, pode controlar um ambiente sem externar qualquer gesto.

O Doutrinador deve evitar o desenvolvimento de outras mediunidades embora as tenha em potencial. Em casos específicos, que justifiquem outros desenvolvimentos, ele deve ater-se, apenas, a mediunidades dos plexos e dos chakras superiores, como psicografia (automática e semi-automática), vidência (com todas as restrições que essa mediunidade suscita), olfação e audição. Mas, sempre que um Doutrinador desenvolver alguma dessas mediunidades, ele deve ser mantido sob observação dos companheiros, pois essas funções podem prejudicar a acuidade do seu julgamento e sua objetividade.

fonte: jornal do jaguar

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