domingo, 30 de agosto de 2015

INSTRUÇÕES PRÁTICAS - 7 (último)

Índice:


01. A Mente
02. A função da mente
03. A razão
04. O equilíbrio
05. A consciência
06. O raciocínio
07. A Personalidade



01. A Mente

A palavra “mente” tem um largo espectro de significados, em sua maioria num sentido abstrato, sempre porém se referindo a algo que possuímos, alguma coisa que faz parte da nossa alma e, vagamente, de algo que está dentro de nossa cabeça. Sempre que falamos de mente tendemos a levantar a mão em direção a cabeça.

Na linha de nosso ensinamento, a mente é um campo de energias concentradas a que chamamos de “energia mental”. Seguindo-se o mesmo raciocínio da estrutura e funcionamento do átomo, o campo energético da mente é limitado em torno de uma massa densa, nuclear, ao redor da qual os mecanismos psicológicos giram como satélites.

Esses satélites são os instrumentos da vida mental, e suas categorias vão desde o sistema sensorial até a capacidade de abstração. Seu funcionamento é pulsativo em torno do seu núcleo. Ela recebe e transmite impulsos de diferentes gamas vibratórias, conforme a sintonia em que é colocada pela vontade. Essa é chamada de sintonia mental.

A mente é ligada diretamente aos centros coronários (esferas), através dos Plexos e dos Chacras. Assim, ela influência e é influenciada pelo “sol interior”, no movimento natural da vida, na dependência de todos os fatores que determinam a existência do Homem: tempo, espaço dimensionado, grau de evolução e fatores cármicos-transcendentes.

Nas sucessivas encarnações o centro coronário é mantido, permanece e representa a herança espiritual de cada Ser Humano. Agora, tendo alcançado o grau Iniciático de nossos ensinos, temos aqui a explicação de fascículos anteriores, no qual afirmávamos que o sistema nervoso desencarnava junto com o espírito. Entendíamos, então, que não eram as fibras ou as células, mas sim “o sistema”, ou o “esquema” que seguia para o plano etérico, em torno do qual se formava o corpo fluídico do desencarnado. Não tínhamos ainda a revelação do sistema coronário, agora sabemos que o esquema do sistema nervoso é apenas parte integrante do sol interior e seu centro coronário.

A mente é proporcional e relativa ao sol interior. Isso significa que sua composição energética e seus instrumentos são de conformidade com o estado em que o Ser se encontra. Desses “estados” nós só conhecemos três categorias: encarnados (nós os Homens), desencarnados (“mortinhos”, espíritos que ainda estão a caminho no etérico) e os “espíritos de luz” ou “espíritos santos” (que já completaram suas trajetórias cármicas ou que já operam na Lei do Auxílio integrando as falanges dos Mestres Planetários).

02. A função da mente

O sol interior é o centro fisiológico, onde são elaboradas as mais variadas funções do Homem, onde se entrosam os muitos campos vibratórios que determinam o “estar” ou o “estado” em que se encontra aquele Ser, individualizado e único.

A mente é o centro de controle, o painel onde as comunicações são recebidas, computadas e emitidas. O sol interior trabalha na base do plexo inconsciente: a mente opera na base da consciência. O sol interior é estrutural enquanto a mente é funcional.

No mecanismo da mente, o “eu” é o núcleo em torno do qual giram as partículas, os íons, ânions, cátions e nêutrons mentais, à semelhança do átomo. É o “eu” que toma as decisões a cada átimo de segundo, com base nos dados fornecidos pelos satélites mentais devidamente elaborados.

Para o entendimento desse complicado sistema em que o “eu” é o elemento decisivo, nada melhor que a experimentação do próprio leitor. Você mesmo terá que registrar o fato, uma vez que isso é impossível para nós que estamos fora de você.

Para ajudá-lo nessa observação e evidenciar a posição do “eu”, vamos dar nomes às “coisas” que se passam na sua mente. Prossiga na leitura e verá como esses elementos começam a aparecer numa conotação lógica e simples, coisas essas que você sempre ouviu falar ou leu como sendo abstrações, teorias, tais como raciocínio, razão, memória e etc.

O leitor irá notar que a palavra “eu” sempre aparece na sua mente como sendo a sua pessoa. Você pensa: “eu estou lendo”. “eu não entendo”, “eu não acho”, “eu estou gostando”, etc., sempre o eu em primeiro plano.

Depois vem o “eles”, as “coisas”, os “outros”, as “minhas coisas”, o “meu pensamento”, etc., sempre algo de fora, sempre um universo em oposição ao “eu”.

Conclui-se então que o “eu” está sempre no centro de tudo que se passa em sua mente, sendo ele, o seu “eu” o núcleo, a massa central do campo energético que é sua mente. A partir de agora, ao descrevermos cada uma das funções da mente, o assunto se tornará mais compreensível. A alimentação da mente vem sob a forma de impulsos e projeções, em ondas cujos padrões vibratórios indicam sua origem.

Uma vez recebidas, essas mensagens são assimiladas conforme nossa capacidade. Essa capacidade é relativa as nossas heranças registradas no centro coronário. Em termos de assimilação e emissão, a energia mental é um fenômeno vivo de improvisação. É ela que altera e recompõe todas as energias do Ser Humano, modificando a cada momento o nosso estado.

As alterações produzidas pela mente são imediatamente refletidas pela nossa “aura”, cuja coloração e intensidade vibratória refletem o trabalho da mente.

03. A razão

A vida do Homem gira ininterruptamente em torno de dois pólos, um positivo e outro negativo, situação essa que só termina quando o espírito se liberta inteiramente da sua orbe terrestre. Enquanto encarnado, ou desencarnado e “à caminho de Deus”, ele a todo instante tem que tomar decisões, escolher entre duas ou mais opções. A escolha do caminho certo, a decisão com base no equilíbrio é que se pode chamar de razão.

Cada Ser Humano tem o seu ponto próprio de equilíbrio e, como consequência tem a sua própria razão. A vida entretanto é um movimento constante de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio, motivo pelo qual a razão não é um ponto fixo na mente, mas sim a meta que se move, o alvo que o Homem procura acertar. O homem tem a cada momento de reajustar-se aos muitos fatores que influem em sua mente, e a razão, a decisão equilibrada é que determina o índice de sua evolução.

Nem todos os fatores que influenciam a mente são conscientizados pelo Homem. O campo consciencional, onde o “eu” terá que se situar para a tomada das decisões, é limitado pela percepção sensorial. Na verdade a consciência do encarnado é apenas uma janela, um painel que mostra cada vez uma parte do todo, uma verdade parcial.

Essa abertura da consciência - no sentido de saber-se - flutua, em termos de amplitude, dependendo dos fatores naturais da vida: idade, posição no meio ambiente e grau de responsabilidade que lhe cabe pelos fatores cármicos, etc.

Temos assim, até este ponto, juntado dois mecanismos da mente que levam à razão: o equilíbrio e a consciência. Compreendidos esses dois fatores, podemos partir para a compreensão do raciocínio, e chegarmos ao mecanismo do pensamento, a última fase da mente que precede a ação.

04. O equilíbrio

O Ser Humano é como o rio que corre tranqüilamente para o mar.

Nós estamos sempre ligados ao nosso princípio e ao nosso fim, assim como o rio está sempre ligado a sua nascente e à sua foz.

No meio do caminho recebemos os afluentes ou seja, as influências que nos atingem de ambos os lados, na nossa “margem esquerda” ou na “margem direita”.

A todos os instantes de nossa vida, nós podemos estar recebendo projeções de outras mentes, correntes negativas, boas ou más notícias, ou seja, a todos os momentos nós podemos nos desequilibrar. Nem sempre nós podemos afastar as coisas que nos desequilibram, mas sempre existe a necessidade do reequilibro.

É verdade que os fatos inconscientes, que atingem nossa mente, tanto podem ser positivos como negativos. Essa negatividade ou positividade nem sempre é intrínseca aos fatos, mas sim à maneira como eles são absorvidos e assimilados pela mente. A lição que se tira desse mecanismo é que a mente é, em última análise, o campo visado, mas a responsabilidade é nossa, do nosso “eu’, de que ela seja atingida ou não.

Se alimentarmos a nossa mente com maus desejos, pensamentos de ira ou de ódio, cria-se em torno dela uma atmosfera fluídica pesada, de energias de baixo teor vibratório, cheias de impurezas; se, ao contrário, a alimentarmos com aspirações nobres e pensamentos elevados, a atmosfera da mente é límpida. Conforme pois for o condicionamento da mente, assim será sua capacidade de absorver e modificar as emissões, quaisquer que sejam elas.
Sob o comando do “eu”, a mente pode recompor as energias em todas as direções e reequilibrar inclusive o “sol interior”, feito isso ela se harmoniza no equilíbrio, estando pronta para novas tribulações.

Ao falarmos do equilíbrio, evidenciamos dois novos componentes que são as projeções e os fluídos que serão analisados nos itens subsequentes.

05. A consciência

A consciência é o mecanismo abstrato da mente, de registro do que acontece a nós mesmos e em torno de nós. Em última análise a consciência significa saber o que se passa em torno de nós e conosco ou seja, ter a capacidade de “ver’ e “ouvir”. Como as outras partes do mecanismo da mente, ela tem o seu começo e cresce ou decresce conforme o seu desenvolvimento. Sua mecânica se prende ao processo de focalização e sintonia como nas lentes óticas e nos receptores de rádio, depende de ajuste focal e luz, etc.

Ela existe em maior ou menor grau, conforme o equilíbrio de nossa mente, e na proporção da responsabilidade que assumimos perante a vida. Conforme a posição assumida assim é nossa consciência, de acordo com a concepção que fazemos de nós mesmos. Até certo ponto a consciência é apenas um problema de condicionamento, de educação. Paulatinamente ela vai se tornando uma questão de auto-educação, e de trabalho de nossa vontade sobre nossos mecanismos de relação. Se desenvolvermos nossa capacidade de reequilíbrio constante, teremos uma consciência permanente. Equilíbrio e consciência são dois pólos de nossa mente que trabalham sempre juntos.

Uma consciência equilibrada, é como um farol que ilumina tudo que chega até nós, e nos dá a justa medida das coisas para posterior elaboração da mente. Esse fato se aplica nos três planos de nossa vida, e de nosso grau de consciência ou inconsciência, dependem as constituições de nossas esferas coronárias e, por conseqüência, de nosso sol interior.

06. O raciocínio

O raciocínio é o mecanismo analítico da mente que leva à formação do todo. É o exame das coisas que a consciência apreende e que permite ao “eu” a escolha do que deve permanecer ou ser rejeitado. Raciocinar é colocar as informações, que a psiquê recebe, de forma ordenada segundo o critério aplicado ao objetivo que queremos alcançar.

O principal instrumento do raciocínio é a inteligência ou seja, a capacidade de aprofundar o exame dos componentes que chegam até nós através da consciência.

O raciocínio com a inteligência são instrumentos de verificação; o pensamento é o meio de expressão, de manifestação da nossa mente.

Raciocinar significa aglutinar, associar as ideias. Ideias são os impulsos, sensações, imagens, etc. revestidos de uma forma, uma concepção. De todos os mecanismos da mente é o raciocínio a parte mais ativa, mais atuante. É a expressão da mente.

Para que o Médium e leitor possam melhor se situar em torno da importância da mente, em sua relação com o sol interior, e compreender a si mesmo como o instrumento do espírito, vamos recordar ligeiramente os itens anteriores deste fascículo até chegarmos ao raciocínio e nele nos demorar um pouco mais.

Começamos no item 01 a descrever a mente como um campo energético, isto é, energias concentradas num campo delimitado e sua relação com o sol interior, sendo ele a estrutura e a mente o funcionamento; descrevemos no item 02 a forma desse funcionamento, destacando a posição do eu no seu mecanismo; em seguida, no item 03 passamos a falar da razão como o caminho da decisão, entre o processo de reequilíbrio constante; explicamos então no item 04 o que significa o equilíbrio; a partir do item 05 começamos a analisar o fenômeno da consciência, como fornecedora dos dados para o raciocínio, que vem explicado no item 06 e chegamos ao item em que abordamos o mecanismo do pensamento.

Assim, começamos com a mente e seu funcionamento, passamos para razão, o equilíbrio, a consciência, o raciocínio e chegamos ao pensamento que irá fechar o assunto da mente. A partir de então poderemos saber como mentalizar, e como manter a nossa mente no padrão que quisermos, pelo conhecimento e controle do pensamento.

Pensar significa na verdade dar forma e dirigir todas as energias da mente para algum objetivo e é por ele que determinamos o rumo de nossa vida. Embora ele se forme espontaneamente, conforme os estímulos que o alimentam, nós, o nosso eu é quem escolhe, aceita, rejeita, demora-se mais ou menos em torno deste ou daquele pensamento. Conforme eu penso, isto é, conforme o pensamento que eu escolho para pensar (ou demorar-me pensando), eu determino o meu presente e preparo o meu futuro.

Pelo pensamento nós tecemos ininterruptamente a teia no centro da qual está a mente. Formamos assim uma verdadeira rede emissora e receptora, na qual a mente caminha no vai e vem quotidiano. As energias da mente dão a força do pensamento. Essa força será dispersa ou atingirá os alvos conforme controlamos a formação da rede.

Força é energia aplicada, em movimento, e isso significa que estamos agindo sempre na direção de nossos pensamentos. Como o campo vibracional do corpo e da alma são mais lentos do que o campo vibracional em que se situa o pensamento, sempre estamos fazendo algo em que, pensamos antes, mesmo que no momento da ação não estejamos pensando naquilo que estamos fazendo.

Antes de dobrar uma esquina o meu pensamento já a dobrou, antes de chegar a um destino meu pensamento já se antecipou e chegou lá. Isso significa que ele tem forma, é energia em movimento; sendo energia ele atua sobre tudo em que é direcionado. Se eu dirijo o meu pensamento para o meu corpo, meu organismo acabará por ser afetado pelas energias que ele conduziu. O mesmo fenômeno poderá acontecer para onde quer que eu dirija o pensamento.

Como todos os Seres Humanos pensam, isso quer dizer que existe um relacionamento permanente entre as pessoas, à revelia de se conhecerem ou de se relacionarem no plano físico ou social.

Lembremo-nos do último item do fascículo VI: “...pelo pensamento neste instante, vou controlar minha força mental-vital, e nenhum pensamento negativo poderá penetrar em minha mente...” e teremos nesse exemplo uma ideia explícita de como funciona o pensamento.

Nos itens subsequentes procuraremos dar mais alguns elementos em torno do assunto, analisando a memória, os impulsos, a dúvida, a lógica, as tendências instintivas, os sentimentos, as vibrações, o sistema nervoso e outros itens que esclarecerão melhor nossa mensagem.

Feito isso, tendo fornecido ao Médium e leitor, os elementos essenciais do mecanismo Humano, poderemos então entrar em considerações puramente doutrinárias iniciáticas, que são o nosso objetivo principal. Por ora o caro leitor terá que se acostumar à difícil tarefa de se conhecer e saber como funciona o veículo do espírito que é o conjunto Plexo-Físico (Corpo Físico), Micro-Plexo (alma) e, Macro-Plexo (Perispírito).

07. A Personalidade

No Item 9 do nosso primeiro fascículo tecemos alguns comentários em torno da diferença entre a personalidade e a individualidade.

Vamos aproveitar agora o raciocínio do leitor, em torno do mecanismo humano, para ampliar um pouco a idéia de personalidade. O entendimento desse conceito irá constituir um verdadeiro alicerce para a construção filosófica, que o próprio leitor irá fazer.

“Persona” é o nome latino de um apetrecho teatral, uma máscara que os atores da Grécia antiga chamavam de “prosópon”. (Projeção da face).

Os anfiteatros gregos eram enormes, semelhantes aos nossos campos de futebol ao ar livre. Naturalmente isso apresentava dois problemas sérios: o som e a imagem.

Por esse motivo os artistas gregos usavam a “persona” ou seja a máscara de contornos bem definidos que permitiam ao espectador distinguir o personagem representado de qualquer ponto em que estivesse; tais máscaras eram relativamente maiores que as cabeças dos atores, formando um oco que amplificava a voz do ator e delineava acentuadamente o personagem.

Esse sistema é usado até hoje nos teatros orientais que conservam as tradições. No teatro Chinês e no Japonês, Coreano e etc. a mascara serve para dar voz soturna e cara feia ao vilão, voz fina e rosto bonito à heroína, etc.
Essa é a origem da palavra “personalidade” que significa radicalmente, a caracterização que determina um “personagem” ou uma “personificação”. Em toda representação, teatro, novelas de TV ou cinema, os artistas “representam”, isto é, procuram ao máximo de sua habilidade, com auxílio de maquilagem, roupas, disfarces, atitudes, gestos e alteração da voz, corresponder ao “personagem” imaginado pelo autor da peça ou da história.

Assim, o mesmo ator representa, conforme a estória e as circunstâncias, personagens diversos. O exemplo mais banal e mais ao nosso alcance está nas novelas de TV. Nelas nós já estávamos habituados com os atores e muitas vezes, ao contar um episódio a outra pessoa, nós usamos o nome do ator por não lembrar o nome do “personagem”. Para completar esse exemplo, basta lembrar ao leitor que muitas vezes nós ficamos sabendo como o ator é em sua “vida real”, se ele é bom ou mau ator, se representou bem ou mal aquele ou este “personagem”, distinguindo-o portanto dos personagens que ele tem representado.

Temos então uma perfeita analogia entre a “individualidade” (o ator) e a “personalidade” (o personagem ou a personificação).

Usemos agora essa analogia para começar a entender o problema das reencarnações em que o espírito é a individualidade e a nossa presente encarnação a personalidade.

A primeira precaução que devemos tomar, ao entender esse fato, é saber que o problema da personalidade e da individualidade não é tão simples como uma representação teatral.

Nós podemos saber quase tudo sobre um ator, onde nasceu, se estudou ou não, se teve uma origem pobre ou rica, etc., porém sobre o espírito nós podemos saber muito pouco.

Para começar é importante que se saiba, que ninguém, nenhuma ciência, filosofia ou religião pode dizer “quando” e “como’ foi criado o Universo ou a Criação. Nem mesmo a Terra que é um pequeno Planeta do Sistema Solar, a Ciência não tem meios de dizer “como” e “quando” ela foi criada.

Existe muita especulação, muita teoria mas todas esbarram nos mesmos problemas principalmente na questão do tempo. A Ciência clássica, essa cujas teorias são explicadas nos livros escolares, estabeleceu certa contagem de tempo, certa divisão de “Eras” que nos acostumamos a aceitar como sendo o “certo”. Assim é que ouvimos falar em “Era Glacial”, “Idade Geológica”, “Nebulosa”, “Era Paleolítica”, “Era Megalítica” e etc. Conceitos que envolvem milhões e até bilhões de anos.

Fora do âmbito científico, nas religiões antigas o problema fica na mesma, embora haja algumas religiões que traduzem as coisas em termos de números, o que no fundo é tão aleatório, tão teórico como as afirmações da Ciência.

O problema se complica ainda mais quando se trata de determinar a origem da vida. Nesse ponto a Ciência é ainda mais emaranhada e mais teórica uma vez que ela só considera “vida” as coisas que nós chamamos de natureza física.

Mas, mesmo sem poder determinar a origem do Universo, do Planeta Terra e da Vida a Ciência se arrisca a determinar (e a cada período se corrigir) a origem do Homem. Nesse ponto então as contradições se amontoam de tal forma que, teorias que eram aceitas como verdade até pouco tempo hoje são objetivos de galhofas dos próprios cientistas.

Em relação ao Espírito a Ciência não cogita de sua existência, e até agora não existe admissão científica de que o espírito exista.

Para ela, a Ciência Oficial, o espírito é apenas um componente do Ser Humano, um mecanismo abstrato, que se confunde com o sistema psicológico. Essa palavra “psicológico” deriva de uma palavra grega que significa alma (Psyquê).

Assim, qualquer referência que se ouça ou se leia, quer sobre alma ou sobre o espírito, as duas palavras aparecem sempre como sendo a mesma coisa, a não ser que se trate de adjetivação poética ou literária tais como tenacidade do espírito, “fortaleza de alma”, etc.

Mas, para nós do Vale do Amanhecer, alma e espírito são considerados como coisas de naturezas diferentes: a alma é o mecanismo psicológico que tem sua base física no sistema nervoso, que é formado em cada encarnação, conforme a programação para esse período de existência do espírito na Terra. Nesse caso o mecanismo psicológico (na Alma, como o corpo) é instrumento do espírito. Assim, pode-se dizer que um espírito tem um corpo forte e uma alma impávida nesta encarnação mas, que teve um corpo fraco e uma alma vacilante em outra encarnação, etc.
Naturalmente a pergunta que surge espontânea desta afirmação é: “Qual a diferença entre a alma e o espírito?”

Para evitar cairmos nas abstrações teológicas ou filosóficas vamos procurar dar aqui uma resposta que seja plausível e de relativa possibilidade de verificação, consoante a didática da Corrente do Amanhecer.

A percepção da diferença entre a alma e o espírito é uma experiência pessoal que qualquer pessoa pode fazer, independente da sua situação cultural ou escolar, na qual entram conceitos de valores, de tempo e o senso comum.

Comecemos por definir o conhecimento que temos da existência de nosso corpo. Nós percebemos o nosso corpo pelas manifestações que ele comunica a cada momento à nossa mente através dos sentidos. Assim nós sabemos quando é preciso comer, dormir, alterar as condições a ele proporcionadas e etc.

Em seguida passemos a separar dessas sensações as manifestações de natureza psicológica, os fatos abstratos, tais como sentir afeto ou ódio, imaginar, raciocinar e etc. Percebemos então que esse mecanismo obedece aos estímulos que tanto podem partir do corpo como das coisas externas ao nosso corpo. Nas “coisas” externas é o nosso universo, o meio ambiente em que vivemos, representados por “coisas” e “pessoas”.

Sabemos então quando a natureza de nossas sensações são de necessidade física ou psicológica. Para esse fim temos uma série de valores aos quais estamos condicionados: a gente toma café de manhã, almoça ao meio dia, janta à noite, etc. A gente confia nos costumes; de transeunte, de proteção da lei, da moral e etc., enfim, nós distinguimos com certa facilidade o que são fatos físicos e fatos psicológicos, embora os dois sejam inseparáveis.

Outro ângulo que qualquer pessoa pode analisar, para distinguir o que é físico e o que é psíquico, é o fato de que nossos pensamentos e nossos intercâmbios vibratórios podem ser distinguidos: nosso corpo se move com muito maior dificuldade do que nossa alma. Na verdade é nossa alma que vai em busca de nossas necessidades, nossos anseios, nossos impulsos e etc.

Sempre que nós temos sensações, impulsos, anseios, desejos e, tais estímulos nos levam a ações que não se coadunam com um princípio de bom senso ou de lógica, quando as coisas pensadas e sentidas ultrapassam nossa compreensão ou a compreensão do meio que nos cerca - os fatos chamados impropriamente de inexplicáveis, podemos detectar aí a presença de nosso espírito.

Essa experiência é tida por todos os Seres humanos da Terra e é a causa principal de toda criação religiosa ou doutrinária. Em resumo nós sabemos quando as coisas partem de nosso corpo, de nossa alma ou de nosso espírito, pelo simples fato de que, na maioria das vezes as coisas de nosso espírito contrariam as coisas de nosso corpo e de nossa alma ou, ao contrário, as coisas de nosso corpo contrariam as coisas de nossa alma ou de nosso espírito. Esse movimento em nosso campo consciencional é contínuo e os diferentes fatores se distinguem pelo contraste, pela contradição.

A partir desse ponto, pela nossa própria experiência, nós vamos percebendo as nossas tendências, as inclinações que divergem das inclinações dos que nos cercam e, aos poucos vamos distinguindo a nossa individualidade, ou seja, um conjunto de tendências que forma um uno, um que não é divisível, um todo indivisível.

Essa individualidade representa um conflito permanente com o papel que somos chamados a representar na sociedade, papel esse que é formado por uma série de conceitos e formas que fixamos à nossa revelia desde que fomos concebidos até que morremos. A maneira como envergamos essas
máscaras, essas “personas”, nossos mecanismos de defesa, nosso esforço para sair dos padrões é que constituem a nossa personalidade. 

A individualidade tem um impulso fundamental e transcendente, é a energia latente, enquanto que a personalidade é a forma de expressão, a energia do espírito que tenta romper os grilhões da personalidade, é o artista que sobrepuja o papel ou o papel que afoga o artista.

O personagem ou a personalidade é relativamente previsível pois ela obedece a um roteiro, um enredo pré-estabelecido enquanto que a individualidade tenta sempre romper em caminhos diferentes. O símbolo mais perfeito dessa luta (e dessa diferença) nos tempos modernos é um novo tipo de teatro que às vezes aparece nos palcos do Mundo, em que os artistas fazem o que lhes dá na cabeça, sem ter que obedecer a roteiro algum...

Quando desencarnamos, é enterrado o corpo-físico (Plexo-Físico), e vão a Alma e o Espírito (O Micro e Macro-Plexos).

Cremos ter dado assim um princípio do conhecimento da constituição do Ser Humano, do Homem visto à luz da Doutrina Crística. Mas esse aprendizado terá que ser aprofundado no conhecimento dos princípios atômicos, moleculares e celulares desses componentes. As heranças que formam o Centro Coronário ou Sol Interior, cada centro formado pelas moléculas defeituosas de encarnações anteriores - a origem das doenças cármicas, - os caracteres hereditários das famílias espirituais - as afinidades psicológicas ou, ao contrário, as contradições de caráter na mesma família, etc., tudo isso terá que ser estudado por nossos Mestres com uma atitude científica, pois somos “cientistas espirituais”.





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